POV Anna ON
Estávamos atentos com a Letícia, a febre que sentia já havia passado um pouco, continuava ali ao lado dela caso acontecesse alguma coisa, fiquei a olhando o tempo todo, só desviei o olhar quando o meu celular tocou.
-começo-
Xx: Como ela está?
Anna: Oi Neymar, ela está dormindo.
Júnior: O que ela tem?
Anna: Não sabemos ainda, ela se recusa a ir ao médico.
Júnior: Eu to chegando aí amanhã.
Anna: Não se preocupa, estamos cuidando dela.
Júnior: Tá bom, qualquer coisa me liga, aqui já é tarde, mas estou esperando.
Anna: Ok, beijo.
Júnior: Tchau.
-fim-
Em questão de minutos a Letícia acordou e começou a vomitar novamente.
Anna: Felipe, corre aqui. -em um grito supliquei por ajuda-
Felipe: O que foi? -entrou desesperado no quarto, a pegou no colo, peguei a bolsa dela, entramos no carro e seguimos ao hospital.-
Anna: Vamos. -abri a porta de trás e ele pegou a Letícia-
Felipe: Anna, me ajuda, ela está desmaiada.
Anna: Pelo amor de Deus, vamos logo. -corremos até a recepção, estávamos tão desesperados que fomos direto para a sala do médico.-
Felipe: Ajuda minha irmã, por favor. -a colocou na maca, o médico a examinou e fomos para sala de espera.-
POV Anna OF
POV Neymar ON
Foi impossível não sonhar com a Letícia, ela estava lá, como um anjo que aparece sempre na hora certa. Haviam várias pessoas, o lugar ainda me é confuso, mas ela estava lá. Nós não sorrimos quando nossos olhares se encontraram, apesar disso, nos abraçamos em seguida. Mesmo dormindo, eu posso jurar que a senti. Eu senti o seu amor. Eu senti que estava precisando de mim. Eu senti que nosso amor é tão forte, que quando a distância impede, Deus nos une, nem que seja em um breve sonho confuso. Eu a senti, eu senti a sua dor, eu senti a sua necessidade de passar por mais esse problema. Cá estou eu de mãos atadas, sem poder deixar que ela deite a cabeça no meu colo e chore enquanto eu faço cafuné. As circunstâncias me impedem, mas ela é forte, eu sei. Eu a amo e vou pedir para Deus passar pra mim nem que seja um tantinho da sua dor, ou se Ele puder, passar tudo. Vou pedir pra Ele tirar o meu sono pra dar a ela uma noite bem dormida. Vou pedir para Ele roube minhas forças e coloque-as nela. Vou pedir pra Ele fechar minha boca e estampar o mais belo sorriso nos lábios dela. Se não for possível, eu vou pedir somente que Ele cuide dela, a proteja e faça com que tudo isso acabe o mais rápido possível.
POV Neymar OF
POV Anna ON
Felipe: O que ela tem? -levantou assim que avistou o Dr.-
Dr. Otávio: Ela foi levada para a UTI.
Felipe: Como assim?
Anna: Meu Deus, é grave?
Yasmim: O que aconteceu com a minha filha? Vocês não me avisam nada.
Felipe: Mãe, calma.
Yasmim: Calma? Onde ela está?
Felipe: O médico quer explicar.
Dr. Otávio: Ela está com salmonelose, doença grave, tem cura sim, mas em alguns casos é fatal, faremos de tudo para que não avance mais, está em um estágio avançado, é perigoso e estamos tomando todos cuidados possíveis para que ela melhore.
Anna: Fatal?
Dr. Otávio: Uma infecção no estômago, algum alimento que ela ingeriu e infeccionou, faremos de tudo pra que fique bem.
Felipe: Quando eu posso vê-la?
Dr. Otávio: Ela está desacordada, mas se vocês quiserem podem vê-la agora.
Yasmim: Eu vou.
Anna: Quer ir amor? -me aproximei dele e o abracei-
Felipe: Não vou conseguir, pode ir.
Dr. Otávio: Me acompanhem. -seguimos até o quarto, ele abriu a porta e eu não consegui segurar o choro, minha amiga estava ali em uma cama de hospital, péssima.-
Yasmim: Fala comigo filha, por favor. -segurou em sua mão e deu um beijo em sua testa.-
POV Anna OF
POV Letícia ON
Eu não tinha entendimento do que estava acontecendo comigo, conseguia ouvir tudo que me diziam, do médico até a minha mãe, o estranho é que eu não conseguia responder, o meu corpo não respondia aos meu comandos. Doía, como doía. Eu queria gritar, suplicar por ajudar e dizer que nada daqueles medicamentos estavam dando certo, era como se eu quisesse gritar e alguém tapasse a minha boca. Eu quero acordar, quero poder gritar e dizer para todos que estou bem, que não é preciso tanto sofrimento.
Yasmim: Meu Deus, cuida da minha filha. -"mãe, não chore, eu estou bem" isso, era isso que eu queria dizer naquele momento, como não conseguia, pedi a Deus que cuidasse de seu coração e o confortasse.-
Era torturante, eu ouvia minha mãe dizendo que já estava naquele estado a dois dias, ela orava ao pé dessa cama horrível, suplicava por ajuda de Deus, pedia para que Ele me tirasse dessa, mas sobre o que ela se referia? Será que isso é tão grave assim? Muitas coisas se passavam pela minha cabeça, até que o meus pensamentos chegaram nele, sim, era algo inexplicável, mas conseguia sentir a sua "presença", talvez no meu coração e agora invadindo minha cabeça. Mas não, calma, não é possível, essa é a voz dele!
Júnior: Posso ficar com ela um pouco?
Yasmim: Claro.
Júnior: Ei... -senti sua boca encostar na minha testa.- Não acha que já está na hora de acordar? -sim, eu sei, é o que eu mais quero, suplico.- Sabia que eu já fiz minha estreia? Senti sua falta lá, assim que consegui corri pra cá. -ouvi que ele fungou e sua voz ficou trémula, não, ele não podia estar chorando.- Por favor, acorda. -ele ficou por muito tempo segurando minha mão, acho que de muito sofrer ao me ver daquele jeito, acabou desistindo, se levantou e foi em direção a porta.-
Letícia: Júnior. -ele se virou em uma velocidade incrível e se aproximou novamente.-
Júnior: Letícia? -apertei em sua mão para lhe dar a confirmação de que tudo estava bem.- Eu odeio não saber o que se passa com você.
Letícia: Eu pensei que iria morrer. -respondi com a voz falha por conta da dor que eu estava sentindo, posicionei minha mão em cima da sua e sorri.-
Será que posso tirar isso aqui? -disse me referindo as agulhas no meu braço-
Júnior: Eu não sei, vou chamar um médico. -segurei em seu braço-
Letícia: Não, fica aqui.
Júnior: Tenho que avisar que você acordou.
Letícia: Não me deixa de novo, por favor.
Júnior: Eu volto -beijou minha mão- prometo. -saiu do quarto-
Depois de alguns minutos a porta voltou a se abrir, olhei rapidamente e avistei o Dr.
Dr. Otávio: Olá moça, como se sente? -colocou um termômetro em mim e mediu a minha pressão-
Letícia: Bem melhor, só estou com um pouco de dor.
Dr. Otávio: Onde?
Letícia: Na cabeça. -apertei meus olhos- Quando posso sair daqui?
Dr. Otávio: Ainda não posso afirmar nada, mas precisa ficar em observação por mais um dia, vamos ver como vai reagir.
Letícia: Tudo bem, obrigada.
Dr. Otávio: Vou avisar a todos que você está bem, volto daqui a pouco. -tirou o termômetro e deixou o quarto-
Fiquei por um tempo vendo TV e acabei dormindo.
~~
Acordei, olhei para o lado e o Júnior estava dormindo na poltrona ao lado da cama, sorri e sussurrei um "senti sua falta".
Júnior: O que disse?
Letícia: Nada.
Júnior: Eu não estava dormindo, ouvi o que você disse.
Letícia: E porque perguntou?
Júnior: Só queria ter certeza.
Letícia: Ah, são que horas?
Júnior: Oito horas. -sorriu-
Letícia: Nossa, dormi muito.
Júnior: O médico disse que daqui a pouco vem aqui.
Letícia: Tá.
Júnior: Também senti sua falta. -sorriu novamente e dessa vez foi tão lindo que acompanhei-
Letícia: Sinto sua falta, mais do que consigo colocar em palavras.
Júnior: Se eu pudesse, voltaria no tempo e faria tudo diferente -abaixou a cabeça- me desculpa por ter sido tão idiota com você.
Letícia: Eu mereci.
Júnior: Não, você não merecia nada do que fiz.
Letícia: Tudo bem, não quero falar sobre isso, pode ser?
Júnior: Vou embora daqui a cinco horas.
Letícia: Como assim?
Júnior: Eu preciso ir, não sei nem como me liberaram esses dias.
Letícia: Você disse que não iria me deixar.
Júnior: Não vou -levantou, pegou a mochila, abriu e pegou algo- por isso comprei duas passagens. -mostrou e sorriu-
Letícia: Como vou deixar tudo pra trás? Não posso.
Dr. Otávio: Pronta para voltar pra casa? -entrou no quarto rindo-
Júnior: Ela já pode ir?
Dr. Otávio: Sim, está liberada.
Letícia: Graças a Deus.
Júnior: Então ela já esta bem?
Letícia: Não Júnior, ele me liberou pra ver se eu vou morrer em casa. -rimos-
Júnior: Tão engraçadinha. -sorriu ironicamente-
Dr. Otávio: Deixa eu tirar isso do seu braço. -se aproximou, colocou as luvas, pegou algodão e tirou a agulha do meu braço-
Letícia: Não estava mais aguentando.
Dr. Otávio: Então é isso, se cuida moça. -sorri-
Júnior: Obrigado Dr. Otávio. -se cumprimentaram e o Dr. saiu do quarto-
Letícia: Vou tomar um banho.
Levantei, peguei a minha bolsa, escolhi uma roupa, entrei no banheiro, tomei um banho, saí, me vesti e voltei para o quarto.
Júnior: Você está linda.
Letícia: Obrigada. -sorri, peguei minhas coisas e fomos até o estacionamento-
Júnior: Vem.
Letícia: Vamos de táxi?
Júnior: Não, teu irmão deixou o carro aqui.
Letícia: Ah tá. -seguimos até o carro, entramos, tirei uma foto e ele deu partida-
lethfranciscone: Bom dia SIM, tô saindo do hospital e indo para a minha casa, obrigada meu Deus. #xôdoença #prontapraoutra #carademorta
annaserrano: VEM LOGO!!!
Júnior: Vai ficar nesse celular aí?
Letícia: Quer que eu faça o que?
Júnior: Fala comigo, vou embora daqui a pouco. -parou no semáforo e me olhou-
Letícia: Júnior? -abaixei a cabeça- Já parou pra pensar que eu apenas precise da sua companhia? Talvez você não saiba, ou apenas finge não saber, mas as vezes eu preciso que você escolha ficar, mesmo que precise ir.
Júnior: De todos os tipos de pessoas que já conheci na minha vida, definitivamente, você é a mais estranha e complexa. -sorriu e me olhou rapidamente- Tentar decifrar você, é como tentar descobrir a raiz quadrada de 35789345290, sem usar a calculadora. -rimos e ele encostou o carro-
Letícia: Sua ausência tá destruindo minha vida, to largando tudo, eu não quero mais isso, não to mais afim desse vazio toda vez que olho para o lado e você não esta lá, não quero mais carregar essa esperança de que um dia você irá voltar, não tenho mais estabilidade emocional pra escutar um simples repórter estranho falar o seu nome e todo o meu corpo estremecer só de ouvi-lo, eu não quero e não consigo mais viver fingindo que sua ausência não machuca, -lágrimas já rolavam pelo meu rosto- quero é me livrar disso, mas você acha que eu consigo? Júnior, as marcas que você deixou percorre todo o meu corpo, ta na mente, no coração e até mesmo nas minhas veias. Se não era pra ficar, veio pra que então?
Júnior: Pra te levar comigo. -respondeu de forma imediata-
Letícia: Eu não posso. -coloquei a mão na cabeça-
Júnior: Você pode sim. -me olhou, se aproximou e beijou minha testa-
Letícia: Mesmo que eu me arrependa disso depois... -suspirei- Eu vou [...]
Deixei de postar de propósito mesmo, cadê os comentários?
Isso é tão chato e triste, poxa.
Obrigada a todos que comentaram.
E claro, um aviso, sem comentários, sem post, infelizmente!
Beijos, amo vocês pedacinhos do céu. ❤
